Coronavirus ou Tabagismo - Quem mata mais?

Tabagismo e Coronavirus - combinação fatal

Tabagismo e Coronavírus: uma combinação fatal

O tabagismo é a principal causa evitável de doença e morte não só nos Estados Unidos como também no Brasil. A perspectiva de mortalidade atual pelo uso do cigarro em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento é de 6 milhões.

De acordo com o balanço da Universidade Johns Hopkins no dia 17/06/2020, o mundo tem mais de 445.000 mortes pelo coronavírus.

Então, quando analisamos os hiperbólicos números, vemos que o mundo está acometido de duas pandemias e uma delas, a maior, favorece o agravamento da infecção e a transmissão do vírus da outra. O tabagismo também ajuda na diminuição da imunidade, na piora da sintomatologia pulmonar e no agravamento do estado do paciente.

Isso é muito grave e, por isso, cuidar e ajudar fumantes a abandonar o vício é de fundamental importância para evitar também o agravamento da pandemia pelo coronavírus.

Apesar do Brasil ter avançado enormemente na redução e no controle do tabagismo através de leis nacionais de fumo em ambiente fechado, e ter o tratamento já disponibilizado na atenção básica, ainda temos uma grande população de fumantes no país e o risco de novos fumantes principalmente os jovens que iniciam no cigarro através de experimentação de narguilé, juul entre outras formas de utilização do tabaco.

 

Riscos relativos ao coronavírus referentes ao tabagismo

É importante que a população entenda que todas as formas de uso do tabaco podem elevar o risco de desenvolver Covid-19, inclusive quadros mais graves e potencialmente fatais.

O ato de fumar leva as mãos do fumante ao contato com o rosto e lábios de um cigarro que pode estar contaminado.

A utilização de narguilés e cigarros eletrônicos para vaporizar nicotina ou tetrahidrocanabinol (THC) aumenta a probabilidade de transmitir o vírus devido ao respectivo compartilhamento de piteiras e mangueiras e de dispositivos que permitem exalar gotículas de vapor que podem contaminar também os fumantes passivos.

Os fumantes de tabaco aquecido apresentam os mesmos riscos de complicações dessa doença que os usuários do cigarro tradicional.

A exposição à fumaça ou vapor de tabaco é o principal fator de risco para doenças respiratórias. Por afetar a resposta imune do organismo, também contribui para infecções virais e bacterianas. Sim, o tabagismo prejudica nosso sistema de defesa e a reação a vírus e bactérias, o que torna os fumantes mais vulneráveis às doenças infecciosas.

Estudos mostram que os pacientes de pneumonia com Covid-19 e sua progressão para formas mais graves e morte foram 14 vezes maiores entre fumantes do que para não fumantes. Uma explicação para isso é que muitos tabagistas já têm desenvolvida a doença pulmonar obstrutiva crônica, onde existe uma enzima que facilita a contaminação pelo vírus das células pulmonares.

 Isto também é possível ocorrer aos usuários de cigarros eletrônicos e tabaco aquecido. Fumantes que já apresentam doenças pulmonares e capacidade respiratória reduzidas e doenças cardíacas são mais susceptíveis a ocorrência da Covid-19.

A cada tragada de cigarros ou de produtos similares, o fumante inala considerável volume de monóxido de carbono. A grande afinidade de ligação deste monóxido com a hemoglobina gera a carboxiemoglobina, que acarreta baixo nível de oxigênio no sangue, o que resulta em menor tolerância ao exercício e ao esforço físico.

Entre os fumantes que podem ser alvos do coronavírus, o baixo nível de oxigênio no sangue e a exposição a outras toxinas do tabaco levam à disfunção da camada que reveste o interior dos vasos sanguíneos e linfáticos, a um processo inflamatório generalizado e à maior formação de coágulos.

 

Janela de Oportunidade para cessar o Tabagismo

Tudo isso reforça a necessidade de ampliarmos a conscientização para os fumantes. Temos uma janela de oportunidade crítica para cessar o tabagismo e aumentar a vigilância nesse público a fim de prevenir, detectar e tratar rapidamente eventuais quadros de Covid-19.

Parar de fumar é uma medida de proteção decisiva e que deve ser encorajada pelos profissionais de saúde aos pacientes como uma das melhores ações para minimizar problemas sérios pelo Sars-CoV-2.

Os médicos precisam investigar se o paciente fuma — isso é indissociável da história e do exame clínico — e incluir a cessação do vício no rol de boas práticas para o controle da pandemia.

Fontes:

https://www.hcor.com.br/hcor-explica/outras/tabagismo-e-coronavirus/ - Acesso em 17/06/2020

https://coronavirus.jhu.edu/map.html - Acesso em 17/06/2020

https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/por-que-coronavirus-e-tabagismo-sao-uma-combinacao-fatal/ - Acesso em 17/06/2020

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